lundi 4 janvier 2016

Belmiro de Almeida (1858 – 1935), da vanguarda sem acreditar

                                           Belmiro de Almeida: "Maternidade em circulos" -1908-


(texte en français à la suite du portugais!)

Hoje...
Após ter estudado jornalismo na ULB de Bruxelas, e alguns anos trabalhando para a revista semanal “Télémoustique” nos anos 80 (da qual um dos cadernos era destinado à música anglo-americana), concebida com um espírito próximo da publicação New Musical Express inglesa, bastante transada e ligeiramente esnobe (sem internet, os “críticos” eram bajulados), me formei em História da Arte, no Museu de Belas Artes de Bruxelas. Estudos suficientemente flexíveis para que eu pudesse trabalhar paralelamente com hotelaria. Apaixonado por pintura, continuei a ler e estudar a arte pictórica de todas as épocas, com uma preferência pelo período de 1830-1970. Quando fui a primeira vez ao Brasil, em1989, visitei, então, alguns Museus tradicionais no Rio de Janeiro, mas sem ter nenhum conhecimento histórico, nem circunstancial. Minha decepção foi grande. O que havia de melhor parecia com o que se fazia na Europa, muitas vezes 10 a 20 anos mais tarde, sem que eu encontrasse a identidade do país onde eu estava. Na realidade, aquilo tinha uma certa lógica já que os brasileiros, e os pintores de outras nações, iam estudar em Paris, no final do século 19, início do século 20.



                                                                 Belmiro de Almeida: "Dois meninos jogando de bilboqué" s/d

 Não me lembro, no entanto, de ter visto os grandes nomes do Modernismo, pois, na época, os museus estavam, frequentemente, fechados «para obras com duração indeterminada». Resumindo, a ideia que eu tinha era um pouco distorcida. Uma parte dela... Concentrado na música, foi, portanto, a pintura popular, chamada de «naïf» que, alguns anos mais tarde me reconectou com a alma brasileira da pintura. Após esta introdução um pouco formal, mas obrigatória, volto para a atualidade, para deixar claro que, depois de ter vindo para São Paulo, senti a necessidade de preencher esta lacuna, e suei um pouco para adquirir livros sobre a pintura qualificada de erudita (com, nesse meio tempo, conhecimentos mais consistentes sobre o Modernismo e outros movimentos, e a historia geral do país), e recomecei do zero a partir do estudo dos pintores do final do século 19, os que antecederam os Modernistas de 1922. 

                                                    Belmiro de Almeida: "Efeito de sol" -1892-


Antes de mais nada, uma palavrinha para dizer que não encontrei (o que me parece uma aberração!), um livro de referência de 300 páginas do tipo: a pintura brasileira moderna de 1822 até os dias de hoje. Esqueçam! É preciso então tomar a decisão de comprar diversas obras ou catálogos de exposições, e fazer seu livro no seu próprio caderno. Começo, então, a descobrir - e que os puristas não se surpreendam se eu escrevo impressões que deveriam ter mais nuances, sobre artistas com os quais eles estão familiarizados. 


                                                                                Giovani Battista Castagneta: "Marinha" -1899-

Assim, em uma obra de 2006, consagrada a uma coleção importante (mas então subjetiva), a de Sérgio Fadel, comecei a descobrir a obra de Giovani Battista Castagneto (1851-1900) – ainda ancorado no realismo, mas mais impressionista e com uma tendência para a simplificação quase abstrata no final da sua vida;  


                            Eliseu d'Angelo Visconti, s/d parede do Teatro Municipal de Rio de Janeiro (fresque au  Théâtre Municipal de Rio de Janeiro) 

Eliseu D'Angelo Visconti (1866-1944), que do impressionismo se direcionou para o Alegorismo de Puvis de Chavannes (1824-1898);  


Arthur Thimóteo Da Costa (1882-1923), que me faz lembrar de Degas (1934-1917) e Henri Evenepoel (1872-1899)

                                                                     Henri Evenepoel: "Le Caveau du soleil d'or" -1896-

                                                                         Edgard Degas: "Place de La Concorde" -1875-

 Belmiro de Almeida (1858-1935), entre realismo e impressionismo, mas que surpreendeu o mundo das artes com uma tela «Maternidade em círculos», em 1908, com uma audácia quase acidental (ele próprio ria disso, mas que tela!), que reúne as características do Futurismo italiano, e do Orfismo do casal Robert (1885-1941) e Sônia Delaunay (1841-1979) exceto que, desta vez, alguns anos adiantado! 


                                                      Exemplo do Futurismo italiano, c/ 1912


 Enfim, enquanto eu prestava atenção no álbum «Est» de Edgard Scandurra e Sílvia Tape, eu enlouquecia diante das obras de Henrique Alvim Corrêa (1876-1910), desenhista com uma alma obscura, diria até assustadora que Félicien Rops (1833-1898), pintor, desenhista e, sobretudo, gravurista belga, que morou em Paris, manuseava com maestria. Vale destacar que Corrêa morou muito tempo em Bruxelas, onde desenvolveu uma parte da sua arte... 


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